PAULO
SANSI
LEGENDA
01
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - uma celebração
02
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - meus sonhos
03
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - um momento mundano
04
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - algo atemporal
05
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - um momento fugaz
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - uma celebração
02
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - meus sonhos
03
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - um momento mundano
04
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - algo atemporal
05
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - um momento fugaz
06
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - algo oportuno
07
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - alguém na água
08
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - Algo que eu temo
09
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - o que não se pode ver
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - algo oportuno
07
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - alguém na água
08
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - Algo que eu temo
09
Paulo Sansi - 2022 - Não necessáriamente para ser tomado literalmente - o que não se pode ver
SOBRE
AS IMAGENS
O processo de criação da série se deu durante uma inesperada viagem que precisei fazer para a cidade que morei nos últimos dois anos, dessa forma, a extensa e intrigante lista de Amy Arbus se materializou em um curioso processo nostálgico de um dos momentos em que mais fotografei.
A série permeia tanto pela objetividade dos quadros fotografados quanto pela subjetividade de alguns efeitos naturais e efêmeros que o ato fotográfico possibilita. Portanto, um diálogo reflexivo entre espaço, corpo e a fluidez das coisas se estabeleceu. Dia, noite, formas, sombras, preto-e-branco se encontraram.
Inicia-se com uma celebração (fotografia 1) de um reencontro de amigos. O espaço irreconhecível dá lugar às nuances da velocidade dos objetos, seja com o panning na figura humana ou com o efeito da manipulação do fogo.
Interpretei meus sonhos na fotografia 2 como um relance distorcido e translúcido causado por um copo de vidro sobre a câmera em um espaço de conforto, um quarto. Ali tudo pode ser sonhado e planejado.
Na fotografia 3, um momento mundano foi captado a partir de um trajeto rotineiro de ônibus, que apesar de parecer sempre igual e monótono para quem utiliza, sempre carrega a novidade cansativa de nada se repetir exatamente igual. O espelhamento na janela permite o questionamento da dimensão entre o espaço e o tempo.
Sobre algo atemporal (fotografia 4), me veio a ideia de expansão entre o lugar escuro e fechado sendo ocupado pela luz em um formato espiral, que ao transbordar na luz, amplia a força da permanência que sempre esteve lá. A luz em sua expressão universal.
Ainda sobre a luz, agora com o efeito das sombras e o movimento dos objetos durante o ato fotográfico. A ideia de um momento fugaz (fotografia 5) se estabeleceu na perspectiva que toda nitidez das formas pode se reconfigurar a partir de outros pontos de vista e de como a câmera é utilizada. Como não é nítido, só é visível nesse determinado movimento fugaz.
Vejo algo oportuno (fotografia 6) como aquilo que não se planeja. Você passa em um lugar comum do dia a dia e em determinado momento verá algo que chame a sua atenção. Seja com algo que sempre esteve ali ou algo que surja de forma inesperada.
Interpretei alguém na água (fotografia 7) na primeira pessoa, em que eu me deparei na rua com uma chuva passageira, me chamando atenção para o efeito da água no lugar, em uma rápida mudança de tempo. O “eu na água” perde espaço na foto para o “lugar molhado”.
Ao me deparar durante uma caminhada com um buraco do sistema de esgoto aberto sinalizado com a “placa pare”, me veio a ideia de temor. Algo que eu temo (fotografia 8) é sobre o
risco ou a oportunidade cotidiana e inevitável de encontrar o desconhecido. Ora será bom, ora será ruim, ora não fará nenhuma diferença. É a relatividade do acaso que nos guia, nos exigindo coragem para enfrentar o medo.
Por fim, um interruptor desativado e coberto pela tinta na parede de um museu me instigou sobre, mais uma vez, a luz. Ou em outras palavras, o que não se pode ver (fotografia 9) em sua ausência. O anseio de querer ver tudo o que for possível, carrega no objeto de um interruptor, o poder de mostrar o que antes não se podia ver, quando a iluminação artificial ainda não era uma realidade, por exemplo.
A série permeia tanto pela objetividade dos quadros fotografados quanto pela subjetividade de alguns efeitos naturais e efêmeros que o ato fotográfico possibilita. Portanto, um diálogo reflexivo entre espaço, corpo e a fluidez das coisas se estabeleceu. Dia, noite, formas, sombras, preto-e-branco se encontraram.
Inicia-se com uma celebração (fotografia 1) de um reencontro de amigos. O espaço irreconhecível dá lugar às nuances da velocidade dos objetos, seja com o panning na figura humana ou com o efeito da manipulação do fogo.
Interpretei meus sonhos na fotografia 2 como um relance distorcido e translúcido causado por um copo de vidro sobre a câmera em um espaço de conforto, um quarto. Ali tudo pode ser sonhado e planejado.
Na fotografia 3, um momento mundano foi captado a partir de um trajeto rotineiro de ônibus, que apesar de parecer sempre igual e monótono para quem utiliza, sempre carrega a novidade cansativa de nada se repetir exatamente igual. O espelhamento na janela permite o questionamento da dimensão entre o espaço e o tempo.
Sobre algo atemporal (fotografia 4), me veio a ideia de expansão entre o lugar escuro e fechado sendo ocupado pela luz em um formato espiral, que ao transbordar na luz, amplia a força da permanência que sempre esteve lá. A luz em sua expressão universal.
Ainda sobre a luz, agora com o efeito das sombras e o movimento dos objetos durante o ato fotográfico. A ideia de um momento fugaz (fotografia 5) se estabeleceu na perspectiva que toda nitidez das formas pode se reconfigurar a partir de outros pontos de vista e de como a câmera é utilizada. Como não é nítido, só é visível nesse determinado movimento fugaz.
Vejo algo oportuno (fotografia 6) como aquilo que não se planeja. Você passa em um lugar comum do dia a dia e em determinado momento verá algo que chame a sua atenção. Seja com algo que sempre esteve ali ou algo que surja de forma inesperada.
Interpretei alguém na água (fotografia 7) na primeira pessoa, em que eu me deparei na rua com uma chuva passageira, me chamando atenção para o efeito da água no lugar, em uma rápida mudança de tempo. O “eu na água” perde espaço na foto para o “lugar molhado”.
Ao me deparar durante uma caminhada com um buraco do sistema de esgoto aberto sinalizado com a “placa pare”, me veio a ideia de temor. Algo que eu temo (fotografia 8) é sobre o
risco ou a oportunidade cotidiana e inevitável de encontrar o desconhecido. Ora será bom, ora será ruim, ora não fará nenhuma diferença. É a relatividade do acaso que nos guia, nos exigindo coragem para enfrentar o medo.
Por fim, um interruptor desativado e coberto pela tinta na parede de um museu me instigou sobre, mais uma vez, a luz. Ou em outras palavras, o que não se pode ver (fotografia 9) em sua ausência. O anseio de querer ver tudo o que for possível, carrega no objeto de um interruptor, o poder de mostrar o que antes não se podia ver, quando a iluminação artificial ainda não era uma realidade, por exemplo.
MINI BIO
PAULO SANSI
Capixaba, arquiteto e arte educador. Amante da paisagem urbana e das vivências que ela possibilita, fotografa em busca de si. Profissionalmente atua com projetos residenciais e expograficos e na docência em arte e história. É mestre em arte e pesquisa decolonialidade, museus, cultura visual e fotografia urbana.
Capixaba, arquiteto e arte educador. Amante da paisagem urbana e das vivências que ela possibilita, fotografa em busca de si. Profissionalmente atua com projetos residenciais e expograficos e na docência em arte e história. É mestre em arte e pesquisa decolonialidade, museus, cultura visual e fotografia urbana.