THAISA
GUIO
LEGENDAS
Díptico 1 (Fotos 01 e 02):
Entre fronteiras, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 2 (Fotos 03 e 04):
Entre corpos e palavras, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 3 (Fotos 05 e 06):
Entre sabores, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 4 (Fotos 07 e 08):
Entre passos e desvios, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 5 (Fotos 09 e 10):
Entre linguagens, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Entre fronteiras, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 2 (Fotos 03 e 04):
Entre corpos e palavras, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 3 (Fotos 05 e 06):
Entre sabores, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 4 (Fotos 07 e 08):
Entre passos e desvios, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
Díptico 5 (Fotos 09 e 10):
Entre linguagens, [da série Procuro um lugar para chamar de meu], 2025
SOBRE
AS IMAGENS
Há viagens feitas com o corpo, e outras feitas por dentro. “Procuro um lugar para chamar de meu” é uma série que nasce do encontro entre as duas — do deslocamento físico e da inquietação íntima de quem, ao mudar de lugar, muda também de tempo, de idioma, de pertencimento.
A série é uma travessia visual sobre o que significa habitar o mundo quando o lar não é fixo, quando cada partida carrega uma ausência e cada chegada traz um novo desencontro.
Entre fronteiras e distâncias, o olhar tenta decifrar o que sobra de um lugar e de outro: vestígios, silêncios, gestos, sabores, vozes — pequenas traduções do desejo de pertencer.
Ao longo dessa travessia, o tempo não é linear, mas feito de pausas, ecos e retornos. A identidade se dilui e se refaz — nômade, porosa, atravessada pelas experiências que se acumulam sem nunca se fixar.
A mente, em trânsito, transforma o estrangeiro em espelho: aquilo que parecia distante passa a revelar o próprio centro em deslocamento.
"Procuro um lugar para chamar de meu" é uma investigação sobre tempo, identidade e memória, e também uma confissão íntima: a de que o pertencimento não se encontra num ponto fixo, mas sim nas tentativas de tradução que nos mantêm em movimento. O pertencimento se aprende, se desaprende, se inventa a cada imagem — como um idioma em constante tradução. A travessia em busca do pertencimento é menos sobre chegar a algum ponto e mais sobre reconhecer que o percurso é o próprio lar — o instante em que, por um breve tempo, o olhar reconhece o mundo e se reconhece nele.
Texto de Thaisa Guio, 2025
A série é uma travessia visual sobre o que significa habitar o mundo quando o lar não é fixo, quando cada partida carrega uma ausência e cada chegada traz um novo desencontro.
Entre fronteiras e distâncias, o olhar tenta decifrar o que sobra de um lugar e de outro: vestígios, silêncios, gestos, sabores, vozes — pequenas traduções do desejo de pertencer.
Ao longo dessa travessia, o tempo não é linear, mas feito de pausas, ecos e retornos. A identidade se dilui e se refaz — nômade, porosa, atravessada pelas experiências que se acumulam sem nunca se fixar.
A mente, em trânsito, transforma o estrangeiro em espelho: aquilo que parecia distante passa a revelar o próprio centro em deslocamento.
"Procuro um lugar para chamar de meu" é uma investigação sobre tempo, identidade e memória, e também uma confissão íntima: a de que o pertencimento não se encontra num ponto fixo, mas sim nas tentativas de tradução que nos mantêm em movimento. O pertencimento se aprende, se desaprende, se inventa a cada imagem — como um idioma em constante tradução. A travessia em busca do pertencimento é menos sobre chegar a algum ponto e mais sobre reconhecer que o percurso é o próprio lar — o instante em que, por um breve tempo, o olhar reconhece o mundo e se reconhece nele.
Díptico 1:
Entre fronteiras, 2025
A travessia começa na ausência. Entre fronteiras, corpo e mente procuram o contorno do que podem chamar de lar. Em cada horizonte o tempo se desfaz e se refaz: o mundo convida, mas também exila. É nesse espaço suspenso, entre partida e permanência, entre a ânsia de ir e o desejo de enraizar, entre o lugar deixado e o lugar cobiçado que nasce a pergunta — é possível pertencer?
Díptico 2: Entre corpos e palavras, 2025
Depois da solidão ao cruzar fronteiras, o encontro com o outro é o primeiro abrigo. Entre corpos e palavras que se tornam pontes, o pertencimento deixa de ser apenas geográfico, ensaiando seus primeiros gestos que tentam dizer "estou aqui" — um riso, um olhar, uma pausa. Habitar o mundo é aprender essa dança entre o som e o silêncio, entre o que partilhamos e o que nunca se traduz.
Díptico 3: Entre sabores, 2025
A descoberta do outro acontece pelos sentidos. O gosto, o cheiro, o som das vozes revelam formas de estar no mundo. A ideia de pertencimento se traduz em gestos simples — comer, tocar, cheirar, observar —, como se o corpo tentasse aprender o novo espaço antes que a mente consiga nomeá-lo. Entre sabores, o corpo recorda e esquece, reconhece e estranha — como quem busca o gosto de um lar.
Díptico 4: Entre passos e desvios, 2025
A linguagem do pertencimento ganha corpo nas ruas. O corpo desenha trajetos que misturam memória e descoberta. Entre passos e desvios, o tempo se espalha em calçadas que contam histórias e se mistura ao tempo de quem as atravessa. Caminhar é escutar o mundo sob os pés — cada esquina ensina um novo idioma do olhar, uma nova forma de permanecer em movimento; cada calçada revela o familiar e o estrangeiro, o que se deixa e o que se carrega.
Díptico 5: Entre linguagens, 2025
A travessia culmina na escuta. Entre linguagens, corpo e mente aprendem a se dizer de outro modo: o sentido vai e volta, se desfaz e se refaz, movido pelo som das palavras que ainda não sabemos. Compreender o outro é também traduzir-se — reconhecer-se nas semelhanças e nos estranhamentos. Caminhos "sem saída" nos levam ao que, enfim, se percebe como mais importante: a escuta interior. Pertencer deixa de ser sobre lugares e se torna gesto: um lar que existe apenas nos intervalos entre o que se entende e o que ainda escapa, entre o olhar que reconhece o mundo e se reconhece nele.
A travessia começa na ausência. Entre fronteiras, corpo e mente procuram o contorno do que podem chamar de lar. Em cada horizonte o tempo se desfaz e se refaz: o mundo convida, mas também exila. É nesse espaço suspenso, entre partida e permanência, entre a ânsia de ir e o desejo de enraizar, entre o lugar deixado e o lugar cobiçado que nasce a pergunta — é possível pertencer?
Díptico 2: Entre corpos e palavras, 2025
Depois da solidão ao cruzar fronteiras, o encontro com o outro é o primeiro abrigo. Entre corpos e palavras que se tornam pontes, o pertencimento deixa de ser apenas geográfico, ensaiando seus primeiros gestos que tentam dizer "estou aqui" — um riso, um olhar, uma pausa. Habitar o mundo é aprender essa dança entre o som e o silêncio, entre o que partilhamos e o que nunca se traduz.
Díptico 3: Entre sabores, 2025
A descoberta do outro acontece pelos sentidos. O gosto, o cheiro, o som das vozes revelam formas de estar no mundo. A ideia de pertencimento se traduz em gestos simples — comer, tocar, cheirar, observar —, como se o corpo tentasse aprender o novo espaço antes que a mente consiga nomeá-lo. Entre sabores, o corpo recorda e esquece, reconhece e estranha — como quem busca o gosto de um lar.
Díptico 4: Entre passos e desvios, 2025
A linguagem do pertencimento ganha corpo nas ruas. O corpo desenha trajetos que misturam memória e descoberta. Entre passos e desvios, o tempo se espalha em calçadas que contam histórias e se mistura ao tempo de quem as atravessa. Caminhar é escutar o mundo sob os pés — cada esquina ensina um novo idioma do olhar, uma nova forma de permanecer em movimento; cada calçada revela o familiar e o estrangeiro, o que se deixa e o que se carrega.
Díptico 5: Entre linguagens, 2025
A travessia culmina na escuta. Entre linguagens, corpo e mente aprendem a se dizer de outro modo: o sentido vai e volta, se desfaz e se refaz, movido pelo som das palavras que ainda não sabemos. Compreender o outro é também traduzir-se — reconhecer-se nas semelhanças e nos estranhamentos. Caminhos "sem saída" nos levam ao que, enfim, se percebe como mais importante: a escuta interior. Pertencer deixa de ser sobre lugares e se torna gesto: um lar que existe apenas nos intervalos entre o que se entende e o que ainda escapa, entre o olhar que reconhece o mundo e se reconhece nele.
Texto de Thaisa Guio, 2025
MINI BIO

THAISA GUIO
︎thaisaguio.fotografia | ︎thaisaguio
Thaisa Guio nasceu em Vitória/ES e atualmente reside em Belo Horizonte/MG. Possui formação em Fotografia pela Escola de Fotografia Henrique Bucher, Canon College e AvMakers Escola Audiovisual. Participou das exposições coletivas “1a. Bienal de Arte CAIXA” (2025), “I Projeta Foto ES” (2023) e “Narrativas em Série” (2021). É membra do Núcleo FRAME da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É Doutora e Mestre em Física pela Universidade de Bonn (Alemanha), e Graduada em Física (Bacharelado e Licenciatura) pela UFES.
︎thaisaguio.fotografia | ︎thaisaguio
Thaisa Guio nasceu em Vitória/ES e atualmente reside em Belo Horizonte/MG. Possui formação em Fotografia pela Escola de Fotografia Henrique Bucher, Canon College e AvMakers Escola Audiovisual. Participou das exposições coletivas “1a. Bienal de Arte CAIXA” (2025), “I Projeta Foto ES” (2023) e “Narrativas em Série” (2021). É membra do Núcleo FRAME da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É Doutora e Mestre em Física pela Universidade de Bonn (Alemanha), e Graduada em Física (Bacharelado e Licenciatura) pela UFES.