TERRITÓRIOS
SENSÍVEIS
EXPOSIÇÃO DO CLUBE DE CRIAÇÃO
 


DE 01 A 09 DE DEZEMBRO 2025
MOSAICO FOTOGALERIA


ABERTURA
SEGUNDA-FEIRA
01 DE DEZEMBRO 18H30

PARTICIPANTES
BIANCA RODRIGUES
BRUNO FIM
DIEGO OLIVEIRA
HENRIQUE MEDEIROS
HEYTOR GONÇALVES
JAZAN ALVES
JULIA DURAN
MARCELLA ROSA
THAISA GUIO
WILLIAM CALDEIRA

CURADORIA
MIRO SOARES




MOSAICO FOTOGALERIA
Rua Aristobulo Barbosa Leão, 500,
Shopping Victoria Mall. Loja 18
Mata da Praia, Vitória-ES. CEP 29066-300


Visitação:
De segunda a sábado, de 10h às 18h, com agendamento



TERRITÓRIOS SENSÍVEIS:
MUNDOS ENTRE NÓS
Territórios Sensíveis apresenta o resultado do desenvolvimento de projetos autorais realizados no Clube de Criação do Frame ao longo de 2025. Como proposta de tema livre, cada participante se dedicou a construir um projeto na modalidade de série fotográfica, em que as imagens são concebidas para funcionar, juntas, em prol de uma narrativa particular, de um sentido maior. A particularidade da exposição coletiva está, portanto, no desafio de sintetizar com poucas imagens um trabalho que, em essência, se constitui como série. Apesar da pluralidade de abordagens, um elemento de convergência talvez seja o olhar pessoal voltado aos territórios que estruturam a vivência de cada autor. A experiência como estímulo primeiro. Cada um à sua maneira, eles respondem às urgências e sutilezas do presente: a crise ambiental, a precarização do trabalho, a memória em resistência, a instabilidade do pertencimento, a vitalidade da espiritualidade e o impacto das cidades na vida comum.

A cidade como organismo vivo: Inspirado na ideia das cinco peles do artista e arquiteto austríaco Friedensreich Hundertwasser, Heytor Gonçalves concebe a série As Peles da Ilha como um ensaio fotográfico que retrata Vitória como um organismo vivo. Em suas camadas estão o mar, a linha perimetral, o concreto de suas estruturas, as ruas e as pessoas que habitam esse território. Em Escaladeira, Bruno Fim associa o ato fotográfico ao exercício do caminhar. Percorrendo seu território de origem, ele projeta o olhar para o ordinário, o habitual, o familiar e busca na caminhada um estado meditativo. Foca em ladeiras e escadarias, propondo uma reflexão sobre as configurações arquitetônicas da cidade e modo de viver nesse espaço.

Políticas entre regionalismo, metrópoles e condições de trabalho: Fazendo uso da apropriação de imagens da internet e de iconografias da história da fotografia, Diego Oliveira, exibe entregadores a cavalo no lugar de motoboys. Na série Sertanejo Nato, coloca em questão a cultura sertaneja de Goiás confrontando os modelos das cidades do interior e da metrópole, ao mesmo tempo em que critica a precarização do trabalho comum a ambos.

Natureza, ressignificação, cura e reencontros: Num trabalho ao mesmo tempo crítico e poético, William Caldeira, resignifica o território do Rio Aribiri, em Vila Velha. Aurora revela um curso de água que cidade insiste em negar por ser tratado como esgoto. Entre estigma e descaso, o fotógrafo redescobre no rio de infância uma paisagem viva e reinscreve presença onde havia apagamento. Em Nascentes, Julia Duran apresenta um imaginário feminino que emerge das águas, onde corpo e paisagem se entrelaçam. A série evidencia o reencontro com a natureza, como território de cura, e gestos de afeto como possibilidade de saúde.

Sagrado, transcendência e símbolos invisíveis: Reunindo imagens de celebrações em homenagem a Iemanjá, Jazan Alves, trabalha a partir de ritos que atravessam a espiritualidade popular. Mais do que documentar a manifestação religiosa, a série Água e Fogo no Sagrado promove uma abordagem pessoal de busca por significado e transcendência, articulada por meio de uma abordagem estética que contrapõe esses dois elementos em blocos de cor e luminosidade. Recusando a premissa da fotografia como registro objetivo do mundo visível, Henrique Medeiros, com A não essência das coisas, se lança numa articulação subjetiva, espiritual e íntima que busca relacionar a um só tempo material e imaterial, objeto físico e signo, realidade e sonho.

Fotografia vernacular, memória e arquivo: Num trabalho que explora a materialidade, Bianca Rodrigues borda manualmente uma Colcha de Retalhos composta de imagens de família e retalhos de tecidos similares aos que usava sua avó. A partir da fotografia vernacular, ela costura assim uma ligação entre suas vivências e histórias e memórias de seu passado na cidade de Agricolândia, no Piauí.

Subjetividades, travessias físicas e emocionais: Numa série que exprime visão pessoal sobre os lugares por onde passa, Marcella Rosa, registra um gesto de busca pessoal: silêncio, encontro, respiro. Em Guarde um pedaço de mim... a fotografia se torna um modo de estar presente. Com sua série Procuro um lugar para chamar de meu estruturada em dípticos, Thaisa Guio, confronta, lado a lado, modos de deslocamento e de pertencimento diante do aqui e do allhures. Entre deslocamento físico e viagem interior, a série investiga modos de habitar o mundo quando a ideia de lar não se ancora em residência fixa.

Ao aproximar mundos tão distintos, urbano e rural, íntimo e coletivo, material e espiritual, a exposição mobiliza a fotografia como campo de escuta, investigação e imaginação. Ela afirma, por fim, que habitar um território é sempre também produzir sentido, criar vínculos e reinventar os modos de ver.

Miro Soares


PRODUÇÃO


APOIO





PARCERIA



PARTICIPANTES


FRAME NÚCLEO DE FOTOGRAFIA


PARTICIPANTES TERRITÓRIOS SENSÍVEIS